quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Capoeira - Maculelê: Dança e Luta
Existe em Santo Amaro da Purificação, Bahia, uma dança, um
jogo de bastões remanescentes dos antigos índios cucumbis. É o maculelê. Esta
"dança de porrete" tem origem Afro-indígina, pois foi trazida dos
negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura dos
índios que aqui já viviam.
A característica principal desta dança é a batida dos
porretes uns contra os outros em determinados trechos da música que é cantada
acompanhada pela forte batida do atabaque. Esta batida é feita quando, no final
de cada frase da música os dois dançarinos cruzam os porretes batendo-os dois a
dois.
Os passos da dança se assemelham muito aos do frevo
pernambucano, são saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, etc. As batidas não
cobrem apenas os intervalos do canto, elas dão ritmo fundamental para a
execução de muitos trejeitos de corpo dos dançarinos.
O maculelê tem muitos traços marcados que se assemelham a
outras danças tradicionais do Brasil como o Moçambique de São Paulo, a
Cana-verde de Vassouras-RJ, o Bate-pau de Mato Grosso, o Tudundun do Pará, o
Frevo de Pernambuco, etc.
Se formos olhar pelo lado do conceito de que maculelê é a
dança do canavial, teremos um outro conceito que diria ser esta uma dança que
os escravos praticavam no meio dos canaviais, com cepos de canas nas mãos para
extravasar todo o ódio que sentiam pelas atrocidades dos feitores. Eles diziam
que era dança, mas na verdade era uma forma de luta contra os horrores da
escravidão e do cativeiro. Os cepos de cana substituíam as armas que eles não
podiam ter e/ou pedaços de pau que por ventura encontrassem na hora.
Enquanto "brincavam" com os cepos de cana no meio
do canavial, os negros cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles as
cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não
entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de
Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do
maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança.
Uma outra versão diz que para se safarem das chibatadas dos feitores e
capatazes dos engenhos, os negros dos canaviais se defendiam com pedaços de pau
e facões.
Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes
se defendiam com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam
principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e
levantar do negro com os porretes em punho. Além desta defesa, os negros
pulavam de um lado pro outro dificultando o assédio do feitor. Para as lutas
travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das
senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais
perigo para o agressor.
Atualmente a dança do maculelê é muito praticada para ser
admirada. É parte certa na apresentação de grupos de capoeira e em eventos
realizados como formatura, encontros, batizados, etc. É fundamental se
preservar a dança do maculelê, ensina-la com destreza e capacidade aos alunos
para que eles possam eventualmente fazer belas apresentações.
É maravilhoso podermos ver um maculelê bem feito, dançado
por belas garotas vestidas a caráter ou por rapazes negros, fortes e raçudos. O
maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas, alguns
grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados
na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os
dançarinos. É um espetáculo perigoso, pois corre-se o risco de se queimar.
Porém, é uma das coisas mais bonitas de se ver. Exige muita habilidade dos
dançarinos.
"Sou eu, sou eu ... sou eu maculelê, sou eu ..."
" Ô ... boa noite pra quem é de boa noite Ô ... bom dia prá quem é bom dia
A benção meu papai a benção Maculelê é o rei da valentia ..."
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Mestre Pastinha
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, foi um dos principais
Mestres de Capoeira da história. Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em
1889 dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte".
Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo,
ainda garoto.
A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um
aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência. Em depoimento
prestado no ano de 1967, no Museu da Imagem e do Som, Mestre Pastinha relatou a
história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos, eu era franzininho,
um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para
a rua, ir na venda fazer compra, por exemplo, e a gente se pegava em briga. Só
sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de
vergonha e de tristeza."
"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano
assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu
chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é
maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu
cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e
eu fui".
Começou então a formação do Mestre que dedicaria sua vida à
transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a
partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia. Além das técnicas,
muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele
costumava dizer: não provoque menino. Vai botando devagarinho ele sabedor do
que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou, fiz ele sabedor com um
só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu
amigo de admiração e respeito."
Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se
distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu
talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se.
Os conceitos do Mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A
originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão
artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para
que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira
Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.
...não provoque menino, vai botando devagarinho ele sabedor
do que você sabe...
Em 1941, fundou a primeira escola de Capoeira legalizada pelo
governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do
Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um
restaurante do Senai.
Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival
Mundial de Arte Negra no Senegal, e foi um dos destaques do evento. Contra a
violência, o Mestre Pastinha transformou a Capoeira em arte. Em 1965, publicou
o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta
do jogo.
Entre seus alunos estão Mestres como João Grande, João
Pequeno, Curió, Bola Sete (Presidente da Associação Brasileira de Capoeira
Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola
ganhou notoriedade com o tempo, frequentada por personalidades como Jorge
Amado, Mário Cravo e Carybé, cantada por Caetano Veloso no disco Transa (1972).
Apesar da fama, o "velho Mestre" terminou seus dias esquecido.
Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos,
que o deixaram cego e indefeso.
Mestre Pastinha no ano de 1981 aos 93 anos. Durante décadas
dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus
discípulos. E continua vivo nos Capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo.
"Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele
quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola,
Capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:
"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu
princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista..."
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Olha o que ele ganhou!
O ator Jackie Chan visita a sede da Embraer, em São José dos
Campos, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, 3. Jackie Chan é a aposta
da Embraer para vender aviões no mercado asiático. Considerado o maior ator
oriental de todos os tempos, Chan Kong-Sang, o Dragão Chan, ou simplesmente
Jackie Chan, acaba de comprar um avião da Embraer, o jato Legacy 650, que é
fabricado em São José dos Campos. O objetivo da empresa é multiplicar os lucros
de sua sede na China.
Mestre Bimba
Mestre Bimba
O Pai da Regional
De 1890 a 1937, a Capoeira foi crime previsto pelo Código
Penal da República. O simples exercício na rua, dava até 6 meses de prisão.
Nesse ambiente tão hostil, as escolas de Capoeira sobreviviam clandestinas nos
subúrbios.
Foi para reverter este quadro que o baiano Manoel dos Reis
Machado, um angoleiro forte e valente conhecido como Mestre Bimba, inventou uma
nova Capoeira.
Teve o cuidado de tirar a palavra do nome da academia que
fundou em 1932 em Salvador, o "Centro de Cultura Física e Luta
Regional".
...a capoeira é para todos, mas nem todos são para
capoeira...(Mestre Bimba)
Filho de um campeão de batuque, uma espécie de luta-livre
comum na Bahia do séc XIX, para fugir de qualquer pista que lembrasse a origem
marginalizada da Capoeira, mudou alguns movimentos e eliminou a malícia das
posturas do capoeirista, colocando-o em pé.
Criou um código de ética rigido que exigia até higiene,
estabeleceu o uniforme branco e se meteu até na vida privada dos alunos.
Para treinar com Mestre Bimba, era preciso provar que estava
trabalhando ou mostrar o boletim do colégio. O resultado foi que daí, a
Capoeira começou a ganhar alunos da classe média branca. Com tudo isso Mestre
Bimba deu ares atléticos ao jogo e atraiu as mulheres, até então excluídas das
rodas. E com toda essa dinâmica a Capoeira também se tornou uma eficiente
defesa pessoal.
Regulamento da Academia de Mestre Bimba
Este regulamento foi elaborado para Você e em seu benefício.
Lembre-se que você irá praticar EDUCAÇÃO FÍSICA e adquirir
preparo físico básico, mola mestra para a prática eficiente para qualquer
esporte. O Mestre BIMBA e seus colegas mais velhos só tem um desejo: torná-lo
melhor no prazo mais curto.
1. Deixe de fumar. É proibido fumar durante os treinos.
2. Deixe de beber. O uso do álcool prejudica o metabolismo
muscular.
3. Evite demonstrar a seus amigos de fora da “roda” de
capoeira os seus progressos. Lembre-se de que a surpresa é a melhor aliada numa
luta.
4. Evite conversa durante o treino. Você esta pagando o
tempo que passa na academia e, observando os outros lutadores, aprenderá mais.
5. Procure gingar sempre.
6. Pratique diariamente os exercícios fundamentais.
7. Não tenha medo de se aproximar do seu oponente. Quanto
mais próximo se mantiver, melhor aprenderá.
8. Conserve o corpo relaxado.
9. É melhor apanhar na “roda” que na "rua”.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Cordão de Ouro Sorocaba: Mestre Decânio
Cordão de Ouro Sorocaba: Mestre Decânio: Ângelo Augusto Decânio Filho, Mestre Decânio, o mais "idoso" dos discípulos de Mestre Bimba ainda vivos, a maior autoridade no mundo ...
Mestre Decânio
Ângelo Augusto Decânio Filho, Mestre Decânio, o mais
"idoso" dos discípulos de Mestre Bimba ainda vivos, a maior
autoridade no mundo sobre a Capoeira Regional de Mestre Bimba. Médico de
profissão, esteve ao lado do Mestre desde 1938, dispensando-lhe atenção filial,
cuidados médicos, assessoramento em assuntos relacionados com a administração
da Academia, estudo de novos golpes e contragolpes, e o estabelecimento de
normas e regras destinadas ao aperfeiçoamento do ensino da luta.
Em decorrência deste relacionamento, tinha o privilégio de
ser o único detentor dos segredos e das manhas do Mestre. Escreveu vários
livros sobre Capoeira, agrupados na Coleção São Salomão, editada por ele
próprio. Sua obra é citada (por Mestre Damião) como “a verdadeira Bíblia da
Capoeira”. Privar de sua companhia é sempre um grande prazer.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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